quarta-feira, abril 20, 2005

Control

Depois de um rol de artigos cujas circunstâncias levaram a que o tema dominante deambulasse por aspectos que tendem à elevação humana, característica que nos pode diferenciar como raça, mas que racionalmente relegamos, continuarei pelo mesmo objecto. Ainda tenho a pretensão de me achar criativo…De facto abordar o assunto sexo é trazer de novo o Homem e tentar perceber mais uma vez se a linha que o separa dos animais foi feita por uma esferográfica ou um marcador. Estou farto de escrever que devemos encontrar o bem que existe em nós e transpô-lo para as nossas atitudes, para a nossa vida, transformando-nos no limite em melhores pessoas. Escrevo, escrevo e não componho nada…Apetece-me partir um bocado a louça, dizer palavras politicamente incorrectas, provocadoras, ser mauzinho. É que para nós a física foi mais cruel, não é como o azeite e o vinagre que não se misturam, a nossa maldade coexiste com o nosso lado bom como que numa associação irónica e perturbadora cujo resultado advém de muitíssimos mais ingredientes dos que temperam uma salada. E às vezes essa tanto pode ficar bem saborosa quanto insípida sendo composta pelo mesmo cozinheiro. Se calhar esta dualidade amor-ódio é mesmo um dos maiores motores da nossa evolução. O sexo para ser bom e louco também precisa de uma boa base de cumplicidade, uma cobertura de irreverência mas também de uns ténues salpicos de sadismo. Para ser simplesmente louco só precisa de um preservativo. Há-os para todos os gostos, feitios e até sabores. Desde o normal, ao retardante, tuttifruti, passando pelo XL que por acaso é o que eu uso tal como 99% da população masculina, não há desculpa, senão uma, para a não prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e gravidezes indesejáveis. O preço, sempre o preço. Os senhores que brincam às regras do mercado não terão passado pela fase da adolescência?! Em que o escasso dinheirito para uns copos à noite ou para os cigarros se sobrepõe a despesas supérfluas como comprar preservativos podendo vir a vender a vida à morte. Como é que se pode apostar numa campanha de prevenção de flagelos sociais identificando-se o seu principal agente redutor e aplicar-lhe um custo desmotivador da sua utilização? Onde é que está mais uma vez o Estado, pois se os tais senhores continuam a brincar? Nas secas das consultas de planeamento familiar onde se oferecem camisas mas se calhar mesmo com tamanho S se rompem? Ou então está a dar quecas com os Privados?! Decidi ajudar a Control por contraposição ao magnifico anuncio televisivo da Durex onde uma menina, para não variar quase anoréctica – por que é que não há preservativos Dove?! – enfia sem mãos e à distancia a anatomicamente inovadora borrachinha salva-vidas e salva-mães no foco de prazer que a consumirá daí a breves instantes, mas que infelizmente não mostram. Como não se vê, quem nos diz que quem está deitado não é afinal uma moçoila prestes a comer a amiga que afinal não tem tanta pontaria assim...Outro pormenor interessante além da anorexia é o umbigo da lançadora merecer igualmente, ele quase, um gorro mágico. Lá está mais uma vez a suspeita de homossexualidade feminina, fufedo, humm!, tão bom…Será a criação de uma necessidade num segmento de mercado novo, aparentemente descabido? E daí não sei se será assim tanto…Umbigos erectos, línguas, brinquedos qualquer dia com esperma real…Ai a Publicidade!

Control..., Control.., Control., Controla-te!
Muito para além da prevenção.