quinta-feira, março 10, 2005

Brainstorm Público6

U2nami ao contrario do iniciado por Tsu, lembrando outro Tzu e “The Art of War” até por que já ouvi uma teoria da conspiração em que a tragédia asiática teve mão estratégica americana, felizmente é uma onda gigante onde o mar é substituído por emoção em forma de musica e com epicentro na Irlanda. Devida à nossa proximidade àquela ilha, com costela britânica e muito sangue na tentativa de a trinchar e servi-la independente, somos bafejados pelos “danos colaterais” daquela parede de prazer auditivo em movimento. Independentemente da localização geográfica, quer um, quer outro fenómeno vai muito para além da zona de impacto graças à nossa amiga globalização. Polémicas à parte sobre os seus benefícios ou prejuízos, neste sentido é totalmente bem vinda, quer pela segunda onda de solidariedade que gerou, quer pela difusão de uma das maiores invenções para o bem estar da humanidade que um grupo de 4 homens maduros ajuda a dar Bono Vox. Eu que me posso dar ao luxo de ser um fã quase primordial da banda não estranho esta loucura que se assiste em torno da sua 4ª visita a Portugal. Só não presenciei a de Vilar de Mouros pois nessa altura andava a brincar às guerras como alguns adultos ainda o fazem, se bem que nós quando caíamos não perdíamos 21 gramas. De facto a “Vertigo Tour” espelha bem o U2nami que se formou nos países que serão palco da promoção do álbum “How to Dismantle an Atomic Bomb”. Portugal não foi excepção, tendo os parcos bilhetes disponibilizados para o público em geral desaparecido em tempo recorde. Não se vislumbrando a realização de um segundo concerto por terras lusas acredito ficarem muitos admiradores a ouvir os ecos de uma “Sometimes You Can't Make It On Your Own” à porta do gigante azulejo verde, ou passarem o resto do ano a pedir esmola por terem comprado um ingresso no mínimo 500% inflacionado. Este acabou por ser o grande negócio da promotora “Ritmos e Blues” que cobrou uma taxa adicional de antecipação de reserva, a todos os colaboradores das empresas que com esta firmaram acordos. Mais, estes nem sequer tinham limite de requisição do número de bilhetes pretendidos, contribuindo de certo para um confortável acréscimo no subsídio de férias de todos aqueles que ao não pensarem no próximo se descolaram da raça humana. Ora aí está uma constatação que vai totalmente de encontro aos ideais promovidos por uma banda que chegou a cativar o Papa. “Perdoai-lhes senhor, que sabem o que fazem”. A todos os que não vão conseguir marcar na agenda o dia 14/AGO/05 comprem pelo menos o CD, que foi descrito pelo vocalista mais carismático do mundo como se fosse o primeiro, poupam dinheiro e até engatam uma miúda ao chamarem-lhe de Bono Corpu. Tem de se extrair de uma potencial ameaça uma oportunidade, já dizia o tal chinês. Bem, só me resta ir ouvindo os rapazes de Dublin enquanto espero pela vertigem da passagem do U2nami por Portugal...U2nami, U2, avião espião americano, saber como desmantelar uma bomba atómica…será Bono um agente estratégico internacional ao serviço da C.I.A.?!

Lisbon, 08-14-2005 Last Night On Earth