quarta-feira, janeiro 12, 2005

Metropolitano de Lisboa

Sou um fiel adepto dos transportes públicos, pelo menos nas grandes metrópoles como Lisboa. Não é que no resto do país estes devam ser menosprezados, mas se na capital já nos queixamos, fará na província. Não me limito a ser apologista, sou utilizador. A demagogia, essa deixo-a aos políticos que vendem essa necessidade mas que depois andam em automóveis de luxo, com choufer e muitas vezes com batedores da polícia onde qualquer fila é transformada em auto-estrada. Não vou enunciar as vantagens mais do que referidas que esta opção acarreta quer para os utentes, quer para os grandes aglomerados, essas toda a gente sabe. O que não se sabe, por que não se vê são transportes de qualidade. Esse sim é factor crítico de sucesso para mudar as mentalidades dos comodistas do chamado “cú tremido”. Estes nunca abandonarão o conforto físico e sociológico do seu automóvel enquanto tiverem de “apanhar” cinco transportes para chegar ao emprego ou por não terem onde deixar o carro para prosseguir sem ter de conduzir. E não os censuro! Portanto, enquanto não existir uma oferta séria em termos qualitativos, e em muitos casos igualmente quantitativos, que leve as pessoas por auto iniciativa a recorrerem ao transporte público, a única alternativa parece ser colocar portagens à entrada de Lisboa e aumentar as que já existem. Mas esta medida seria tão injusta quão politicamente correcta, pois que dissimuladamente tiram sem oferecer alternativa. O que vale é que já estamos habituados. É um pouco à semelhança das portagens das auto-estradas que são constitucionais pois há estradas alternativas…Também há vidas humanas alternativas?! O estado, esse nunca perde. Uma excepção à regra na má qualidade de prestação de serviços de transporte em massa é a Fertagus, já neste espaço evocada. Pesa embora os seus títulos de transporte estarem bem proporcionais a esta. Quer-se qualidade, paga-se! A constituição? Essa fica melhor no papel e se possível emoldurada. O Metro é igualmente uma excepção embora numa vertente distinta, pelo que serve os utentes numa mobilidade digamos interna, já dentro da cidade. Este constitui a excelência do transporte público metropolitano. Subterrâneo, sem espinhas, ou melhor com algumas chamadas Terreiro do Paço ou Aeroporto. Contudo em Portugal a sua rede parece uma simples linha do seu homólogo londrino ou parisiense, mas também os nossos salários são um quinto dos deles, logo o imposto que ironicamente é superior é cobrado nesse divisor, logo a nossa é pelo menos 5 vezes menor. Eu devia ter ido para politico, maiores criativos não há!

Vá de Metro. Chegue ao kilometro.