sexta-feira, janeiro 28, 2005

Acqua di Gió

Giorgio Armani é um senhor. Não só por ser bem sucedido na vida pela marca que criou e expandiu como também por contribuir que a das outras pessoas seja mais bela. Nem todas, é certo, mas com a multiplicidade de oferta que nos submete qualquer classe mediano poderá dar-se ao luxo de adquirir um artigo do septuagenário estilista italiano. Desde a alta costura, à linha jovem vulgo Empório Armani, relojoaria, linha casa, perfumaria, joalharia, passando inclusive por espaços distintos onde se poderá desfrutar de uma agradável conversa acompanhada de um café, o bom gosto e a sofisticação imperam. Acqua di Gió constituirá porventura um dos tais produtos que se consegue aspirar a possuir sem desembolsar uma pequena fortuna. Agora a verdadeira riqueza, a que transcende a material, é existirem criadores artísticos que tornam o mundo um lugar, mesmo que por ténues momentos, maravilhoso, onde a abstracção da dura realidade aparece sobre a forma de um desfile de moda, uma exposição de pintura, escultura, um bom filme, um bom livro, um bom concerto e um bom outdoor publicitário ou anuncio televisivo. A arte é a elevação da mente humana a um estado de graça, onde a criação assume um papel quase divino. Transpondo esta filosofia para a casa Armani não me posso esquecer de convidar os meus amigos a irem à minha casa de banho que é onde possuo as minhas peças de arte mais valiosas. Um pequeno cilindro com base rotativa em cinza que faculta a transmissão de um eixo que actua num composto orgânico sólido propenso ao desgaste, alguns elementos em vidro com acabamento na parte superior em artificio metálico roscado confinando uma pequena massa liquida cor água cru conferindo-lhe um entrosamento perfeito entre os vários materiais. Arte! O criador assina com nome caricato: Acqua di Gió:

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