quinta-feira, dezembro 16, 2004

Porto Ferreira D. Antónia

Tradição secular, margens esplendorosas do Douro, cidade invicta. Eis alguns ingredientes não tangíveis que igualmente contribuem para a nobreza do produto final. O vinho do Porto é um dos produtos nacionais que mais expressão tem no exterior, quase a par, aliás, do clube de futebol. Internamente tenho a sensação, pelo menos em gerações mais recentes, que o consumo deste néctar generoso fica bem aquém do experimentado em oferta “similar” estrangeira, como a Martini. É pena. Os ingleses que o digam. A Porto Ferreira lançou uma campanha temporalmente natalícia onde um dos produtos a promover é o seu D. Antónia. Sendo líder de mercado seria, no entanto, de esperar um paralelo de sucesso igualmente na criatividade imposta nos seus anúncios. Neste caso concreto temos perante nós um gigante “Oh !” em que o ponto de exclamação é constituído pela embalagem da garrafa mais a sua tampa. Não sei, de tudo o que nos é apresentado, o que será alvo de espanto. Se a ideia é chamar a atenção, então mais valia contratar a Marisa Cruz e fazer uma nova versão do Santál Rad, que ao invés de tomates teríamos duas uvas a vestir os mamilos da linda Marilyn Manson. Ou bastava pintá-los? Deixemos a Marisa, pois ainda me desconcentra e crio algo pior, e aí, realmente diriam: “Oh…”. Não de espanto, mas de desalento. Para as reticências usar-se-iam 3 pequenos tonéis vistos de frente. Então cá vamos:

O tempo em estado generoso